Os blogs parecem ser uma reação à afirmação que na web haveria uma proliferação de identidades simuladas. Essa nova forma de publicação propõe uma forma legítima e autêntica de representação de seu autor, onde alguém pode se construir diariamente e conversar a partir de um ponto de vista, de sua zona iluminada.
Os links em blogs promovem justamente a existência de um mundo maior que o mundo pessoal, dá a sua força e interesse.
O fato de haver uma comunidade de blogueiros nós dá uma visão de mundoweb mais palpável do que nas comunidades virtuais via chat e fórum. Os blogs são povoados de outdoors que nos levam aos mundos vizinhos do blogueiro, zona de proximidade semântica.
Afirmar que um blog pessoal é um diário íntimo seria não atentar para o que de fato realmente acontece. A simples publicação dessas lembranças, contudo, faz dela outra coisa, algo que pode ser interpretado por outro, avaliado e comentado. Desde que alguém se põe a falar de “si”, este “si” adquire diversas faces dependendo das interpretações com as quais ele se defronta. É uma espécie de construção coletiva da intimidade.
O blog não seria exatamente um diário, pois guarda sobretudo opiniões não publicáveis, sendo considerados por muitos manifestações de narcisismo ainda mais forte que nos diários. Por outro lado, aqui reside a força maior dos blogs: afinal quem se interessa por pequenos segredos, por esse cotidiano tão cotidiano que se torna insuportável (Deleuze). Diante do intolerável e do insuportável, só resta fabular.
Muitos escritores utilizam dos blogs para construir seus textos, outros para conversar com o público, idéias. Os blogs fornecem interpretações do mundo, produção de dimensão afetiva e artística que salta do interior da banalidade cotidiana.
Os fotologs são, em sua maioria, trabalhos em fotografia mais que fotos pessoais. É uma interpretação do mundo através da câmera fotográfica. Os fotologs são ótimos suportes para experimentações em arte com interação, através dos comentários que as pessoas deixam.
Oi, Vanessa
ResponderExcluirConsegui fazer ligações do texto que você leu com a minha pesquisa e leituras relacionadas ao blog.
Ao ler seu resumo, lembrei-me da dissertação que li da Patrícia Spinosa, pois discute sobre as "tecnologias do eu" (Foucault), que diz sobre o sujeito ser livre das técnicas disciplinares. Quando o sujeito escreve sobre si, ele está elaborando ou reelaborando sua forma de pensar, ou seja, está se autoavaliando, auto-narrando.
Até mais!