quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Adolescentes S.A.(Trabalho apresentado na UFSCAR-Sorocaba-Outubro/2010)

ADOLESCENTE S.A.  -  JOVEM EMPREENDEDOR & JOVEM INFRATOR

Prof. Ms. Vanderlei da Silva
Profª Dra. Maria Lúcia de Amorim Soares
Universidade de Sorocaba
Programa de Pós-Graduação em Educação - Doutorado
Linha de Pesquisa – Cotidiano Escolar

RESUMO

Neste artigo fazemos uma análise da cultura do empreendedorismo. A partir do filme “5x Favela – Agora Por Nós Mesmos”, defendemos que ser empreendedor é uma tarefa difícil para um adolescente de classe média, e praticamente impossível para aquele de classe baixa. Porém, quando se lança a ideia do empreendedorismo, não se leva em conta as diferenças sociais, julgando que todos podem ser empreendedores, sendo o insucesso falta de competência. Defendemos aqui que essa ideia de empreendedores com competências precisa ser mais bem esclarecida.
Para responder aos estímulos do consumismo, adolescentes que não conseguem obter dinheiro licitamente podem buscá-lo através de atos infracionais. A análise dessa questão será feita utilizando como referencial S. Gadelha, Paulo A. Malvasi e M. de Lourdes Trassi. Em contraponto às teorias acadêmicas, utilizamos o rap dos Racionais MCs, “Capítulo 4, Versículo 3”, aproximando-nos, assim, da linguagem dos jovens, buscando compreender seu universo.

Palavras chave: Adolescência. Violência. Empreendedorismo. Ato infracional.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Filosofia da Caixa Preta

GEPCE - Grupo de Estudo e Pesquisa do Cotidiano Escolar
Linha de pesquisa – Cotidiano Escolar
Professores responsáveis:
Eliete Jussara Nogueira
Maria Lúcia de Amorim Soares
Luiz Fernando Gomes

Aluna: Juliana Abreu Nicolau

 “FILOSOFIA DA CAIXA PRETA: Ensaios para uma futura filosofia da fotografia”
Vilém Flusser (1983)


1.    A Imagem
Imagem é forma de conservar as dimensões do plano. Originou-se da capacidade de abstração que podemos chamar de’ imaginação.
As imagens são planos e num simples olhar seu significado é encontrado. Mas caso o observador queira aprofundar o significado dessa imagem deverá analisar a estrutura da imagem através do traçado scanning. Tal traçado segue a estrutura da imagem e o resultado será a síntese entre a intencionalidade do emissor e a do receptor. 
No tempo que o receptor circula o olhar pela imagem estabelece relações significativas consideradas tempo de magia.  No tempo de magia, um elemento explica o outro e este explica o primeiro.
As imagens não eternizam eventos, mas o substituem por cenas, com o propósito de representar o mundo. Mas o homem não se serve das imagens, ao contrário, vivem em função delas. Alienado e esquecido que as imagens deveriam servir de instrumento para orientá-lo no mundo. 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eleições 2010 - Educação

Concordo com o colega Vanderlei, quanto ao reconhecimento de todos os candidatos para aumentar os investimentos na área da educação. Vale a pena acrescentar algumas informações e comentários.
É interessante destacar que Dilma acrescenta em um de seus discursos sobre "bolsa de estudo aos alunos para evitar a evasão escolar". Mais uma vez, fica claro que a escola não é interessante para os alunos, sendo assim, há necessidade de incentivá-los de alguma maneira.
Quanto as propostas do candidatos de escolas técnicas, percebe-se que a qualidade da educação, está ligada à preparação dos jovens para o mercado de trabalho, ou seja, precisa-se capacitar pessoas para competir de maneira eficiente.
Acredito que o mesmo incentivo à competitividade ocorrerá com o fim da progressão continuada, a qual propõe todos os candidatos, ao invés de promover estudos para que os professores entendam a proposta de avaliação.
É interessante observar que uma pesquisa como esta, permite fazer ligações com as discussões do grupo sobre Bauman, Agamben, entre outros, além de perceber que quanto mais se busca solução, mais problemas surgem.
Daniela

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA E SUAS PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO

CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA E SUAS PROPOSTAS PARA A EDUCAÇÃO

Vanderlei da Silva

Todos os candidatos reconhecem que existe a necessidade de se aumentar os investimentos para a área da educação, porém, não fica claro nas propostas a questão das fontes dos recursos e do destino das verbas.
Sobre a educação infantil, a Candidata Marina Silva apresenta a proposta para ampliação das creches e uma forma de gestão comunitária, a candidata pretende realizar a integração do atendimento à primeira infância a outros programas de apoio familiar, como as de transferência de renda. O candidato Plínio traz como proposta o oferecimento universal de vagas na educação infantil, porém, os investimentos do Estado seriam destinados apenas em instituições públicas.
Na educação básica todos os candidatos reconhecem que existe a necessidade de melhorar a qualidade do ensino médio. Nesse sentido o candidato José Serra apresenta a proposta da colocação de dois professores por sala de aula da primeira série do ensino fundamental. Já Plínio Sampaio quer a expansão da contratação de professores, visando garantir o limite de 25 alunos por sala de aula no ensino fundamental e 35 no ensino médio.
O item que apresenta o maior número de proposta é o da valorização do professor. A candidata Dilma quer que os materiais pedagógicos sejam digitalizados. Marina Silva afirma que priorizará a formação inicial e continuada, fará investimentos na melhoria das condições de trabalho do professor e estabelecerá um plano de carreira com salários dignos e o cumprimento do piso salarial.
Entre as muitas propostas para a educação, destaca-se a questão da  inclusão digital e das escolas técnicas. Nesses itens a candidata Dilma Roussef apresenta o seguinte: “promover a inclusão digital, com banda larga, produção de material pedagógico digitalizado e formação dos professores em todas as escolar públicas e privadas no campo e na cidade” e “consolidar a expansão profissional por meio da rede de Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia”. Marina Silva fala em cultura digital: “É preciso reorientar o conhecimento e os modos de organização da escola e as demais instâncias educadoras da sociedade, considerando-se como eixos centrais: as questões socioambientais, da diversidade cultural, o pensamento científico e as tecnologias digitais, que se tornam cada vez mais dinâmicas por meio das redes sociais” e para o “Ensino médio e profissionalizante: definir parâmetros contemporâneos para o ensino médio que promovam o crescimento do número de matrículas e evite a evasão de alunos”. Já o candidato José Serra pretende “turbinar o ensino técnico e profissional, aquele que vira emprego”, sendo que para atingir esse objetivo propõem “criar mais de   um milhão de novas vagas em escolas técnicas, com cursos de um ano e meio de duração, de nível médio, por todo o Brasil”.

Fonte: Extraído do Programa de Governo dos Candidatos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE INGLÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA USANDO MEIOS ELETRÔNICOS

Luiz Fernando Gomes
Beatriz Gama Rodrigues
Revista “The especialist”. Vol.29, nº 1 (47-65) 2008
Este artigo trata da inclusão de meios eletrônicos para promover o ensino-aprendizagem da língua inglesa. As novas práticas pedagógicas foram possíveis com a reforma curricular do curso de Letras-Inglês, na Universidade de Sorocaba, previstas nas novas Resoluções (fevereiro e março, 2002).
De acordo com as duas Resoluções, o curso de Letras deve consistir no mínimo com 2.800 horas, divididas em aulas práticas, estágio supervisionado, disciplinas e atividades acadêmicas.
Os fatores que tornaram possíveis esta reformulação curricular foram: discussões realizadas entre os professores do curso de Letras, o Programa de Desenvolvimento Permanente de Professores, que a instituição oferece, e a infraestrutura de equipamentos1 da instituição.
Após inserirem como componente curricular o uso das novas tecnologias, com a intenção de preparar futuros professores de inglês, inseriu-se também, uma nova concepção de ensino e aprendizagem de língua.
Sendo assim, a estrutura curricular tradicional do ensino de línguas, do curso de Letras, sofreu modificações, permitindo uma abordagem sociocognitiva de ensino, a mais adequada para o uso dos recursos da informática, pois os alunos podem se tornar participantes do ato de ler e escrever, em qualquer situação.
Os autores deste artigo utilizaram como referências os lingüistas: Warschauer2 (2000), Hymes3 (1971) e Halliday4 (1978), os quais explicam a linguagem como um fenômeno que é socialmente construído. Acredita-se que seja necessário o aluno ter a competência comunicativa (termo criado por Hymes), a qual está além da competência lingüística, pois envolve a competência sociolingüística, discursiva e estratégica.
O computador na prática pedagógica poderá ser usado como uma ferramenta interacional ao usar o Blog, Orkut, MSN entre outros. Da mesma forma, permite o contato com vários tipos de textos (imagens, sons e vídeos), trazendo um novo desafio para o ambiente escolar, que é ensinar a ler e escrever nesta multimodalidade.
Existem vários exemplos de trabalho colaborativo feito com os alunos, os quais não somente interagem com o computador (máquina), mas com outras pessoas por meio do computador.
Apesar disso, os próprios autores deste artigo, observaram algumas falhas, pois os alunos do curso de Letras-Inglês, nem sempre escreviam em inglês, faltando uma maior integração dos componentes relacionados ao gênero textual, para suprir a deficiência do ensino público da língua inglesa. Além disso, problemas quanto ao tempo e acesso, dificultaram a aprendizagem de alguns alunos.
Os pontos positivos destacados pelos autores das modificações feita nos componentes do curso foram: a motivação dos alunos, o ensino na produção de textos multimodais, os quais colaboraram para reflexão da língua escrita, e o conhecimento dos professores das novas práticas pedagógicas.
Os autores acreditam que o curso tem melhorado com a inclusão das tecnologias nas atividades pedagógicas, mostrando aos futuros professores que eles precisam se desenvolver por eles mesmos, como usuários da língua.
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1 No caso do curso de Letras, a instituição oferece laboratório de línguas e de informática.
2.KERN, R. & WARSCHAUER, M. 2000  (eds.) Network-based language teaching: Concepts and Practice. Cambridge University Press.
3.HYMES, D. (ed.) 1971. Pidginization and creolization of Languages.Proceedings of a Conference Held at the University of the West Indies, Mona, Jamaica, April 1968. Cambridge. England.
4.HALLIDAY, M.A.K. 1978. Language as social semiotic.London: EdwardArnold.

domingo, 19 de setembro de 2010

Luísa Cano sou eu

Professor Luisa Cano sou eu Vanessa, é que eu usei a conta do email da minha amiga pois ela tem orkut daí ficou mais fácil. Tem problema?

Blogs e Fotologs – A nova “cultura”

Os blogs parecem ser uma reação à afirmação que na web haveria uma proliferação de identidades simuladas. Essa nova forma de publicação propõe uma forma legítima e autêntica de representação de seu autor, onde alguém pode se construir diariamente e conversar a partir de um ponto de vista, de sua zona iluminada.

Os links em blogs promovem justamente a existência de um mundo maior que o mundo pessoal, dá a sua força e interesse.

O fato de haver uma comunidade de blogueiros nós dá uma visão de mundoweb mais palpável do que nas comunidades virtuais via chat e fórum. Os blogs são povoados de outdoors que nos levam aos mundos vizinhos do blogueiro, zona de proximidade semântica.

Afirmar que um blog pessoal é um diário íntimo seria não atentar para o que de fato realmente acontece. A simples publicação dessas lembranças, contudo, faz dela outra coisa, algo que pode ser interpretado por outro, avaliado e comentado. Desde que alguém se põe a falar de “si”, este “si” adquire diversas faces dependendo das interpretações com as quais ele se defronta. É uma espécie de construção coletiva da intimidade.

O blog não seria exatamente um diário, pois guarda sobretudo opiniões não publicáveis, sendo considerados por muitos manifestações de narcisismo ainda mais forte que nos diários. Por outro lado, aqui reside a força maior dos blogs: afinal quem se interessa por pequenos segredos, por esse cotidiano tão cotidiano que se torna insuportável (Deleuze). Diante do intolerável e do insuportável, só resta fabular.

Muitos escritores utilizam dos blogs para construir seus textos, outros para conversar com o público, idéias. Os blogs fornecem interpretações do mundo, produção de dimensão afetiva e artística que salta do interior da banalidade cotidiana.

Os fotologs são, em sua maioria, trabalhos em fotografia mais que fotos pessoais. É uma interpretação do mundo através da câmera fotográfica. Os fotologs são ótimos suportes para experimentações em arte com interação, através dos comentários que as pessoas deixam.

Através dos links há a construção de uma comunidade orientada pelo olhar, pela fruição das imagens, é uma forma de compartilhar coletivamente tanto seu ponto de vista sobre o mundo, como incluir nele sua estética.- Vanessa camargo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Andragogia: A Aprendizagem nos Adultos

Título: Andragogia: A Aprendizagem nos Adultos

Autor: Prof. Roberto de Albuquerque Cavalcanti

  • Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFPB, em 1973
  • Professor Adjunto IV do Departamento de Cirurgia da UFPB
  • Vice-Chefe do Departamento de Cirurgia do CCS – UFPB
  • Membro da Comissão de Reforma Curricular da Coordenação do Curso de Medicina da UFPB

Fonte: Texto publicado na Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba n.º 6, Ano 4 (julho de 1999)

Pontos defendidos pelo autor:

  • O que é a andragogia?
  • Diferença entre o aprendizado de crianças (pedagogia) e de adultos (andragogia)
  • Aplicação da teoria andragógcia na aprendizagem de adulto através das características de aprendizagem:
    • Tirando experiência acumulada pelos alunos;
    • Propondo problemas, novos conhecimentos e situações sincronizadas com a vida real;
    • Justificando a necessidade e utilidade de cada conhecimento;
    • Envolvendo alunos no planejamento e na responsabilidade pelo aprendizado;
    • Estimulando a utilizando a motivação interna para o aprendizado;
    • Facilitando o acesso, os meios, o tempo e a oportunidade.
  • Conclusão da andragogia no ensino dos cursos universitários.

Argumentos utilizados e principais referências: encontram referencial teórico nas idéias de Linderman, E. C., e nos estudos de Malcom Knowles, principal obra mencionada "The Adult Learner – A Neglected Species" (1973), o qual introduz o termo Andragogia.

Em 1980, Brundage e MacKeracher estudaram exaustivamente a aprendizagem em adultos e identificaram trinta e seis princípios de aprendizagem. Wilson e Burket (1989) revisaram vários trabalhos e identificaram conceitos.

Lacunas deixadas: ausência de bibliografia detalhada dos estudos mencionados e inexistência de pesquisa nacional, quer por menção, quer do próprio autor do texto.

FERNANDA DOS SANTOS UEDA

fernandaueda@uol.com.br

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Modernidade e pós-modernidade - Silvio Gallo

MODERNIDADE/PÓS-MODERNIDADE: TENSÕES E REPERCUSSÕES NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO

Revista da Faculdade de Educação da USP.
Educação e Pesquisa, v.32 n.3 São Paulo set./dez.2006

SILVIO GALLO – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Formado em Filosofia (1986), pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas;
Mestre em Educação (1990) pela Universidade Estadual de Campinas - Dissertação: “Educação anarquista: por uma pedagogia do risco”;
Doutor em Educação (1993), pela Universidade Estadual de Campinas – Tese: “Autoridade e a construção da liberdade: o paradigma anarquista em educação”


As propostas do autor nesse artigo são as seguintes: falar sobre as repercussões que o debate em tordo de uma  a superação da modernidade e a suposta instauração de uma pós-modernidade traz para Educação como campo de conhecimento e para a pesquisa nessa área.
Nesse sentido entende que existe um grande grupo de pesquisadores que fazem a apologética da chegada dos tempos modernos, porém, é pequeno o grupo daqueles que se dispõem a pensar sobre as transformações pelas quais passa o mundo e os desafios que se colocam a cada dia.

Explica que a expressão pós-moderno e outras correlatas advém dos meios artísticos, em especial da arquitetura, e faz todo sentido nesse contexto, mas que não tem a força e a potência de um conceito para a filosofia.
O autor faz questão de frisar que os primeiros filósofos que utilizaram o termo pós-modernidade o fizeram mais como adjetivo do que como substantivo, fato que a tradução brasileira esconde. Para autores como Lyotard e Foster, que usam o termo como adjetivo, o pós-moderno aparece numa função auxiliar que ajuda a definir um contexto e suas características.
Por outro lado quando se usa a expressão como substantivo, a pós-modernidade se apresenta como um conceito que deveria apresentar densidade e intensidade. Segundo Gallo as expressões como pós-moderno ou pós-modernidade designam, simplesmente, uma temporalidade, um tempo posterior à modernidade, porém, não consegue definir o que seria esse tempo e como não são capazes de dizer por si mesmas, são filosoficamente vazias.

Silvio Gallo cita  Gilles Lipovetsky  que escreve o seguinte: “O neologismo pós-moderno tinha um mérito: salientar uma mudança de direção, uma reorganização em profundidade do modo de funcionamento social e cultural das sociedades democráticas avançadas .... No momento em que triunfam a tecnologia e a genética, a globalização liberal e os direitos humanos, o rótulo pós-moderno já ganhou rugas, tendo esgotado sua capacidade de exprimir o mundo que anuncia”. (Lipovetsky, 2004, p.52).

Contra a noção de pós-modernidade, ou para além dela, na medida em que nunca teve condições de expressar um campo, Lipovetsky, propõem as expressões hipermoderno, hipermodernidade.
Assim, Lipovetsky, antes defensor da força explicativa do pós-moderno, afirmando a sua superação da modernidade, revê suas teses, apoiando a posição defendida por Jurgen Habermas em “O discurso filosófico da modernidade”, de que a modernidade é um projeto inacabado e que, não tendo sido completado, ainda não pode ser superado.
Lipovetsky tinha uma postura otimista e via no pós-modernismo uma força de renovação, de transformação. Porém, assume uma posição pessimista, que vê no hipermodernismo o remate da modernidade naquilo que ela tem de mais reacionário e conservador: a mercantilização da vida, a globalização do liberalismo, a exploração da instrumentalização da razão até as últimas conseqüências.

Silvio Gallo entende que as propostas de Lipovetsky e Habermas também não resolvem o problema da conceituação, porém, acrescentam um perspectiva importante: a da elasticidade do projeto moderno. Retomando as idéias de Deleuze e Guattari, desenvolvido em “O anti-Édipo”(1976), quando mostram que o capitalismo é capaz de metamorfosear. Quando nos aproximamos de seus limites históricos, o que poderia significar uma crise e sua superação, mais os limites são alargados, elasticamente sendo colocados mais além.

Um dos aspectos centrais do projeto moderno é o epistemológico. Nesse contexto ocorre à emergência e à consolidação da lógica disciplinar, cujo ponto central é a busca de uma objetividade e de uma universalidade do conhecimento, para que o mesmo possa ser reconhecido como válido e verdadeiro. Surge então a organização interna de cada saber como uma disciplina.
Esse movimento começa a se esgotar no final do século XIX, destacando-se a voz de Nietzsche, que fez a crítica ao uso da razão tomada como absoluta, procurando mostrar que o conhecimento é sobretudo vida, é encarnado, é ligado ao mundo, por mais que tentemos transformá-lo em formas puras e abstratas.

  A partir da visão desse filósofos, Silvio Gallo faz algumas considerações sobre a pesquisa em educação no Brasil, onde para o autor existe uma tensão entre um estilo clássico de pesquisa, articulado como uma perspectiva positiva, disciplinar, universalizante, e um estilo transversal que investe na errância da curiosidade, apostando na emergência de possibilidades distintas, articulando com uma lógica da diferença, não universalizante.
O estilo clássico, segundo o autor, é a pesquisa régia ou maior, feita de acordo com os cânones , respeitando os paradigmas definidos pela máquina estatal e pelas agências de fomento, utilizando-se de métodos bem definidos e chegando a conclusões previsíveis e não perturbadoras (embora muitas vezes de grande importância e impacto). Já no segundo estilo, poderíamos identificar como uma pesquisa nômade ou menor, que escapa, vaza, passa pelas grades disciplinares, proliferando saberes menores, distintos inusitados.

Porém, o  segundo estilo também pode ser capturado, sendo que  algumas vezes ele já é produzido, movido por um desejo de captura, querendo vir a fazer parte da máquina de Estado, a definir políticas públicas, a fazer jus a gordas fatias de financiamento. No entanto, em outras vezes, ele é produzido mesmo como desejo de fuga, ciente do risco de perecer, de ser apagado, negado, vilipendiado.

Para o autor o que importa mesmo é saber se as praticas culturais (educacionais, no caso específico) estão voltadas para a manutenção das coisas ou para sua transformação. E o debate sobre a tensão modernidade/pós-modernidade não pode obscurecer nossa percepção sobre esse fato.



Portanto, a proposta de Silvio Gallo é discutir  criticamente a tese de que viveríamos na pós-modernidade, dando ênfase a essa afirmação no âmbito do pensamento social, por compreender que essa expressão não tem a força e a intensidade de um conceito filosófico, acabando vazia de sentido.
Por isso propõem avançar para além do debate sobre o fim ou não da modernidade, optando pela noção de hipermodernidade, proposta por Lipovesty, buscando compreender suas implicações.
Porém, o autor reconhece as importantes contribuições da tese que defende  a pós-modernidade, principalmente nos aspectos epistemológicos e políticos.
Partindo dessa indagações o autor presenta duas interrogações:
Ø  Vivemos a crise da modernidade?
Ø  Vivemos um “momento pós-moderno” como muitos discursos propagam?

Lacunas, expressadas pelo próprio autor.
Ø  Investigar a fundo o projeto moderno, nos aspectos epistemológicos e políticos;
Ø  Investigar a fundo também as propostas contemporâneas, identificadas ou não como pós-modernismo;
Ø  Através dessas investigações apreender os caminhos e as possibilidades que se abrem para um saber compromissado, articulado em torno de um projeto claramente exposto.



Vanderlei da Silva
vangraz@uol.com.br

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bem-vindos ao Cotidianidade

Pessoal,
Esse blog como repositório de nossas produções e discussões no GEPECE. Como tem caráter escolar, também será utilizado para suas avaliações...